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Turvo

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Frágil, como a alma, Entra adentro, Tão sem ninguém E silenciosa Só p’ra mim Ela existe Com toda a essência, Sempre calma e fria, E com o vento triste De memórias fragmentadas... Viva à vossa memória: Eu, que vos saúdo em toda à parte, Que alma carrego neste preciso momento? A de um morto que vive de sua morte Ou, sendo não isso, A de um vivo que de sua vida não vive? Respondo-vos, amigos: Nenhuma dessas é minha, Pois eu, e não mais ninguém, Vive mais do que lhe é dado, Vive consoante a solidão, Ao lado das almas vivas E escutando partidas. E todo o silêncio é sagrado! (Estou só e abandonado.) Nenhuma alma é eterna. Ninguém sobrevive À enevoada e tenebrosa vinda… Este destino tem como missão destronar-me Do sonho em que idealizei a vida infindável… Todo o espírito, agora, me cruza às escuras E por ali vou, em passo inaudível e pensativo, Desaparecendo também!... Álvaro Machado – 02:27 – 15-07-2013