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A mostrar mensagens de outubro, 2014

Súbitos deambulantes

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Toma de ânimo os nossos corpos. Ao redor, ao cimo cinza seremos... Toma este meu sonhar com toda a certeza que um dia hão-de lembrar o porquê desta tristeza... Toma, leva-me para a distância. Ninguém lembre, afinal... Foi tudo breve, numa instância deram-me todo o mal... Ide, ide, ó poetas da corrente! Ide, que todos vão... Todo o que escreveu aquilo que sente e viveu desassossegado com tamanha solidão sabe por que viveu tão repentinamente!... Álvaro Machado - 21:14 - 25-10-2014

tão-só olhar

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só queria olhar... olhar e nada ser... ter de mim um vasto mar e um destino a desconhecer... mas é tão grande saudade que em mim vem desaguar... e é uma dor de tamanha intensidade que só me faz chorar... o sentido de não o ter me deixa à margem de, na nau, em vão percorrer essa viagem... o porto é o bater do meu coração... as ondas erguidas meu o é amar... o que resta é tão-só canção do distante navegar... e eu só queria ter olhado, olhado sem nunca ter existido. Álvaro Machado - 14:38 - 12-10-2014

o dia

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um dia, queria estar lá em cima. subir degrau a degrau e chegar por fim a vós. queria estender a mão para entenderem que todo o esforço não foi em vão. um dia queria cuidar de todos, brilhar intensamente por todos os lugares... ser alento para quem estivesse perdido, ser esperança para quem não quisesse crer, ser a única luz no meio de tanta escuridão... eu parti. há muito tempo. e a minha alma por aí se propagou desse tempo para a eternidade. Álvaro Machado - 23:06 - 11-10-2014

linhas tortas

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e eu desisto; rendo-me às circunstâncias habituais da vida. estendo minha mão, atiro meu coração, acerco-me de atónitos desejos cruéis para além da praia onde a maré é mágoa... o que vai cá dentro, que expande para o universo, o não sei explicar... que dói, que é como um buraco negro, é justo. leviano, aceito-o. e por entre todas estas vozes, que sobressaltam minh'alma, que se imbuem de injúrias, peço um silêncio profundo para o solitário poeta dos confins do mundo!  Álvaro Machado - 19:02 - 29-09-2014

leviana dor

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um vazio torpe alastra em mim. subo, com peso de alma, as escadarias da indefinição e do vácuo do meu ser... a consciência há-de tomar dos errantes passos dados o obscuro sentir que dará fim aos meus dias... e o frio e a sensação de estar só ecoam como se fossem toda a razão... mas eu nunca abandonei a dor que tão persistia em permanecer... Álvaro Machado - 15:33 - 28-09-2014

sonho-além

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um universo muito mais além, um rosto e um corpo inda mais distantes, um deambulante caminho por percorrer no submundo do destino... um passo. um suspiro. uma indefinição. tudo, tudo isso, além-nós, além-alma, além-coração... porque, para além de nós, há-de existir o melhor, o horizonte que será paraíso e não horizonte... pudesse eu nunca ter existido aqui... não ter sido vida, mas morte... não ter cantado, mas calado... não ter estrofes, mas folhas vazias... pudesse ter-me sido futuro, pudesse ter-me fora daqui... ébrio, cambaleante, desajustado e quem sabe se só poeira estrelar fosse eu, e fosse feliz... e corresse universo inteiro gáudio pelo destino ter-me levado ali, além tudo que existe!... Álvaro Machado - 17:31 - 26-09-2014

Ad aeternum

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pós-universo e pós-subconsciente de infinitos passos dados poiso o coração que não sente seus pensamentos recalcados... tínhamos tudo. o rio ia correndo. o indefinido ia parecendo singular... só podíamos acreditar que era real o que íamos vendo... mas poder nem sempre é ser. ter a possibilidade é ter ilusão de viver para morrer numa breve canção... Álvaro Machado - 12:24 - 21-09-2014

canto louco

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do cimo das estrelas perguntas-me se estou bem? sim, estou. agora estou. mas sinto-me acabado, sabes? uma consciência desajustada à minha alma jovem abala-me por dentro. fico derrubado. entristecido. e sabes, às vezes, sinto-me melhor, chego a pensar que poderia ter vencido todo o mal que nos acerca o coração e corrói por dentro.... mas depois - e que me perdoe o senhor - o sentimento longínquo toma o seu sombrio ritual... o coração começa a doer quando começa a chuva a cair... o verso ergue-se, começo a escrever e, sem parar, como tudo em minha volta, começo a enlouquecer que faço? que sou? que quero? espera. não sei responder a questões tão simples... Álvaro Machado - 21:39 - 18-09-2014

Eu consciente

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todo eu sou completo. fogo indeterminado, mas convicto. incoerente, mas onírico. em dor, mas em existência. calado, mas em erupção. o lado sozinho é então frio. alarga a consciência, ramifica-a por todos os recônditos lugares sombrios... acerca de silêncio, e por dentro o corpo grita com uma revolta cismática! eu sou assim. Álvaro Machado - 01:51 - 08-09-2014

último dia

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abro os portões largos do meu coração. os sentimentos destroçados apontam a direcção do amor vão... entro, subo neste atónito ritmo os ritmos da vida. ando às voltas, p'ra onde ir? quando mais penso que o meu sentir se encaixa nesta pessoa, mais perdida se torna o sentido da cantiga. o tempo e o espaço na intensidade juntou. o tempo e o espaço com frieza separou. era o mesmo instante, o mesmo semblante, a mesma voz, o mesmo toque... que o destino quebrou. cessados os portões chave do sentido atirada em alto mar os versos são as minhas confissões por sempre aquilo que estou a passar... Álvaro Machado - 12:52 - 07-09-2014