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Domingo de nuvem

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Bate-me no rosto um quente sol Enquanto eu fecho os olhos E esqueço a humanidade inteira Como se nunca tivesse existido. Quero hoje aproveitar o tempo Que me deixa de consciência aliviada... Só sentir rajadas de vento calmo E aceitar a sugestão de figuras para as nuvens… Os meus companheiros estão espalhados Ou por árvores de fruto ou por voos ao acaso, Vão cantando melodias harmónicas Enquanto o céu, todo ele, se abre Para que lhe veja a sua cor autêntica Que nenhum artista há-de nunca pintar. Um verdadeiro apaziguamento de alma… Ninguém fale para mim daqui para adiante… Só quero sentir este sabor tropical A roçar-me nos lábios, e a felicidade que há Ao ver a liberdade selvagem dos animais Que verdadeiramente são e podem ser livres. E o campo de silvado, defronte de mim, Dá a sensação de ser um pedaço de terra incomum. E vai sobrevoando-lhe a borboleta tão branca Com toda a pureza que há ao ser-se animal livre, Em sintonia com outras tantas… E a vila ao domingo é mais bonita. Ontem ...

A conversa da noite

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É sublime conversas noite adentro, horas a fio, Porque quem conversa não sai do espaço em que está, Mas voa, e voa para outro tempo que não o de cá. É produtivo falar quando se pensa e se vive no falar, Mas é-o porque montámos tudo junto do abstracto: As mesas de jantar, os castelos da antiguidade, Os planetas do futuro sensacional, o presente português e degradante (Anti-revolucionário e pacato com tudo); e depois disso o frio de estar noite E de termos de terminar esta conversa. Ele vai embora, vai naturalmente para a sua vida habitual e rotinada Com família e com uma lareira que lhe dê conforto e o aqueça; E eu vou embora de costas voltadas p'ra felicidade, Vou de corpo e alma num profundo isolamento e vou acompanhado, Mas pelo frio e pelo vazio, pelo invisível e pela sombra, Pelo som de nada feito de som ensurdecedor... Para onde vais? Para onde vais eu não o sei. E a que ritmo vais? Talvez vá ao ritmo deste ritmo garbo e ao me...