Domingo de nuvem
Bate-me no rosto um quente sol Enquanto eu fecho os olhos E esqueço a humanidade inteira Como se nunca tivesse existido. Quero hoje aproveitar o tempo Que me deixa de consciência aliviada... Só sentir rajadas de vento calmo E aceitar a sugestão de figuras para as nuvens… Os meus companheiros estão espalhados Ou por árvores de fruto ou por voos ao acaso, Vão cantando melodias harmónicas Enquanto o céu, todo ele, se abre Para que lhe veja a sua cor autêntica Que nenhum artista há-de nunca pintar. Um verdadeiro apaziguamento de alma… Ninguém fale para mim daqui para adiante… Só quero sentir este sabor tropical A roçar-me nos lábios, e a felicidade que há Ao ver a liberdade selvagem dos animais Que verdadeiramente são e podem ser livres. E o campo de silvado, defronte de mim, Dá a sensação de ser um pedaço de terra incomum. E vai sobrevoando-lhe a borboleta tão branca Com toda a pureza que há ao ser-se animal livre, Em sintonia com outras tantas… E a vila ao domingo é mais bonita. Ontem ...