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Som alheio

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Som de ti, calmo quando sinto passar, É uma saudade ténue de alguém Que vem de longínquo lugar Sem saber de onde vem… O que de ti existe, Alheio a este espaço, É triste e não é triste Como a vida que eu faço… Som de ti que sei existir, Mais calmo do que infeliz, Foge do meu quarto, é repleto o porvir. De mim não sei o que fiz… Álvaro Machado – 17:14 – 21-01-2014

Ouvir ao longe

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Oiço qualquer coisa fora de mim. Pressinto estar longe, a algumas milhas, Tão longe que se ouve pouco ou nada Deste som que oiço dentro de mim. Oiço: com o frio deste inverno, dentro de casa, Encostado à lareira, a ver as horas passar; O que oiço é uma saudade - é a noite lúgubre Que se aproxima imperceptível... Ao ouvir longinquamente, quero ouvir o Mar. Se o ouvir é porque estou longe como ele. E há que sofrer também com a vida, Se o amor na nossa vida não se cruzar! Mas, é a ouvir que eu me acho transparente Como a água deste Mar... Eu, que tanto vou na margem como na corrente, E o Mar tanto hei de amar!

Faroeste

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Uma tempestade de areia Leva-me a achar sem certezas Que o disparo da espingarda é um eco De mim para o mundo. Quem o dispara sabe que uma vida vai acabar. Desse som e dessa vida que vai tirar Só lhe restará o escalpo preso no faroeste E o cheiro a cadáver, que cheira a destino. De que somos feitos depois de arder? A vida deve simplesmente acabar por aqui? Não; quem escolhe se continua é a alma E o caminho a traçar é só de si para si. Resto disso é a paisagem deambulante do deserto Que nos aproxima vagamente e nos distância alucinantemente... E este mundo é já a saudade e o sofrimento de o viver... Quando escurece no deserto já não sei quem sou, E fico perplexo fitando as estrelas Como se lhes visse alguma forma de vida Mais completa do que a minha, e ao vê-las Parece que à minha terra entrego a despedida E por momentos o meu corpo deixa de ser terrestre, Passa a pertencer às galáxias e aos deuses do universo. Faz eco de mi...

Na era errada

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Por eu não valer o momento Há um futuro que não me quer, Há um passado meu de esquecimento E esta vida é de um qualquer... Desaprendi o sentir e o estar sentindo E agora nem sei por onde estou indo... Se olhar para trás não vejo um caminho E parece que nunca tracei nenhum... Escorre no som dos riachos e da primavera O flagelo de eu não me conseguir viver No momento da minha era! Não sou feliz, seja ela o momento que for. Quem é feliz nunca há-de saber o que é dor Porque sempre saberá se conhecer! Álvaro Machado – 21:43 – 12-02-2013

Riacho

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Corre no riacho Todos eles sem nenhum correr: Som de água escorrer Calmamente sem querer... É leve ouvir este som Todos eles sem nenhum ouvir. Minha alma, quando pensas vir? «Nunca te voltarei a ver...» Pára o som da água De todos eles nenhum me resta, Pois onde está a mágoa Jaz a alma de uma longa cesta. Álvaro Machado – 19:57 – 12-02-2013