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A mostrar mensagens de março, 2012

Mudou o tempo num ápice profundo

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Mudou o tempo num ápice profundo Sofrer pela falta de chuva e escassez solar Tudo só para te dizer que já não sei rezar, Desisti. Sou vagabundo. Sentido de orientação? Ser racional? No fundo temos uma vida ocasional, Sem lógica, sem pensamento, Coisas de que me lamento. Procurei me diferenciar das plantas Elas brilham.. Brilham como uma estrela.. Nós vergamos a ferrugem numas mantas, E disfarçar-mo-nos no meio de outras tantas? Sem rumo, sem critério, sem voz! É assim que me aventuro, Neste caminho longo e duro, Para que um dia se lembrem de nós! Ó tempo moderno como te temo, Como me fazes tremer e gritar! No fundo sei que com tudo vais acabar: Lá se vai tempo quente, tempo ameno. Os de agora são infelizes como um cacho de uvas, Antes de serem pisadas. Só o vento alegra as casas Os corações choram a alma esquecida Misturam-se numa face enternecida. Pequenos trechos abandonados na montanha, Velas avessas que são apagadas pela armada Tremem e afogam mágoas na cruzada Receando nova arti...

Água a cair

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Água a cair, a escorrer.. Faz tudo transparecer Lívidas cores transparentes, Ideais diferentes. Cai em esquecimento ao longo da margem Morrem-lhe os remadores Gritavam cheios de dores "Coragem"! Escorre nela também pensamentos.. Ó tempos de descoberta regressem! Aqui já não há figuras que se prezem! Naufragaram tais conhecimentos. Vide marinheiros, o que está defronte de nós A âncora da praia despida, Belas margens da Foz! Ide.. Dizei-lhes que a gente os convida. Álvaro Machado -14:19 - 30-03-2012

Lugar não recordado

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Num momento cujo lugar já não me recordo, Vi a luz desvanecer, o coração se despedaçar Ambiente que quase me fez admirar Viajar e estar abordo. Com esta faèton desloquei-me ao café, E quando cheguei, fitei que ali defronte, Estava - novamente - o homem em pé No calor do horizonte Dias com pouca sonoridade e bruscos movimentos, Causam-me náuseas repentinas e duradouras O céu está farto de adiamentos De vez lá vão as louras! Caminho sem me conhecer, Falo sem pronunciar, Olho sem fitar, Este meu ser! Álvaro Machado - 14:03 - 28-03-2012

Está tudo tão gasto..

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Está tudo tão gasto: conversas inúteis, andares fúteis, culturas desinteressantes, Quase que estou cercado pela ferocidade da idade média.. cercada de conventos Não compreendo e doí-me tentar compreender estes movimentos, Olhar o pico da montanha e ver a acumular.. estas avalanches! Inspiro e sabe a mar, expiro e sabe a fim do mundo A lei caduca e deixa de transparecer o real sentido das coisas Construo-o pontes largas para um rio largo e fundo E cá no fundo espero que me oiças O mundo deixou de se manifestar para mim.. aceitei de ânimo leve, Pois não vivo para viver, vivo para pensar e relembrar As palavras que pronuncias-te naquele pico ao luar, Deixas-te-me e voltas em breve? Respondeste que não a esta tirania de pensamentos, E resta-me louvar o teu forte coração, a tua harmoniosa boca, Longevidade consagrada por estes lamentos, Desta alma oca. Álvaro Machado - 16:56 - 26-03-2012

Movimentados Domingos

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Volta para a dimensão que foste atribuída Larga tudo e sai fora desse terraço Deste lado estendo-te o braço És tão fluída! Passo a passo alcanço o infinito Movimentados Domingos cruciais Tão lívidas sedas, cartas ancestrais, Depus do ideal desde pequenito Aqui a gente dá-se a poucos agoiros, Ri tanto, fala tão bem de tudo, Acabam por ficar com os louros, Álvaro Machado - 14:48 - 25-03-2012

Decorrer na improvisação

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Escrevo a decorrer na improvisação Afinal de que vale planear? Meticulosamente sem pestanejar, Baseio a poesia na acção Nem vale um tostão Caminhar por entre o nevão, Desta cidade inoportuna para viver No decorrer do anoitecer. Ordem dum rei antigo, Fez-se de meu amigo, E no final (deu voz ao povo) Álvaro Machado - 14:55 - 24-03-2012

Meu eterno, meu infinito

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Meu eterno amor que nunca vens, Meu infinito sentimento hostil que jamais chegas, Dar-te-ia tudo aquilo que não tens, Sem que te apercebas. Junto da secretária escrevo este telegrama Mas sei que não muda nada, continuo preso, Vivo ainda - desde sempre - num drama! Apenas me confesso. Estar, ser, viver, incompreendido por tudo! Tanto estou sóbrio como me confundo, Deste fim d'mundo! Álvaro Machado - 14:37 - 24-03-2012

As quatro paredes

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Fechado em quadro paredes que agonizam, Incolores e distantes sem elo de ligação Explora-se algo no fundo.. na extremidade do coração, Navio oriental de carga supérflua e indesejada Tribulação consciente do «Mar Morto» Sabiam que o fim estava próximo, sem conforto, Encontrou-se a população naufragada! Do oriente para o ocidente vai uma longa distância, Territorial excessivamente e muito física, Mas eu brado algo superior - a metafísica Dá-me ânsia! Os pensamentos de lá Não são os de cá Aqui todos sofrem Lá todos morrem. Álvaro Machado - 17:45 - 23-03-2012

Choro só de te ouvir

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Como choro só de te ouvir, Seja no pico da montanha ou no fundo do mar Entra-me na alma, fel de sabores distintos Já não me lembro de ti! Continuo a sentir Entre o céu e o fim de mim estou a relembrar Este desejo que paz a minha alma: De sofrer, de morrer, pela calma. Álvaro Machado - 14:17

Dia da Poesia

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Dia que poucos ligam, dia que poucos relembram Porém nós cá estamos de novo, a escrever Poesia sentida e pensamento a valer Mesmo que nos desconheçam Grandes tempos haviam passado E ainda hoje se mantem actualizado, Poemas que se identificam, E se intensificam! Pessoa, Cesário, Eça, Antero, todos vós Ressuscitem? Não. Nunca morrestes verdadeiramente! A nossa mente mantem-vos intocáveis, e em tudo "nós": Acreditamos vivamente! Álvaro Machado - 14:30 - 21-03-2012

Viver a vida à escritor

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Hoje decidi viver a vida à escritor Consagrar esta vida de léria Aperceber-me de todo este calor, Sem pensar na féria! Percorrer as pegadas éticas d'uma vida moral Longevidade consagrada pela queda firme Num só olhar, num só gesto, Quase que manifesto: Consciência sublmile; À conversa com o empregado, Apercebo-me que está desesperado Tristezas sem fim, amores dispersos, Transeuntes entre versos. Álvaro Machado - 13:18 - 21-03-2012

Transformei e transformo

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Transformei Portugal em areias movediças Mudou-se-me o dicionário de palavras, Algumas diferentes, todas elas castiças, E espero encontrá-las! Um passarinho ensinou-me o destino, Mostrou-me que não pode ser fidedigno Inércia inexistente de objectivos Tão pouco cativos; Por isso te digo os meus pensamentos Mas tu não compreendes estas dores Troco tudo, transformo-te algures Em longos sofrimentos. Álvaro Machado - 21:48 - 18-03-2012

Gesticulava cores berrantes

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Gesticulava cores berrantes Mas que olhos.. tão penetrantes, Era difícil não a contemplar, Pelo que quero de novo recordar Nem ainda a conheço e já sonho, Com aquela beleza quase divina Tudo é um sonho enfadonho Que se reduz a esta patavina O meu destino está apalavrado, Com aquele instinto de sofrer, Palavras que me têm encharcado, Desde aquele anoitecer! Numa quarta entre mim e o entardecer, Passou um homem aos poucos a empobrecer Senti um calafrio de memória com aquilo.. Espero-o ainda vivo e longe daquilo! Em todo lugar que passou Idosos e juventude marcou Dava-se aos prazeres da vida, Como numa canção De alma e coração! Álvaro Machado - 15:02 - 15-03-2012

Este Portugal

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Escurece triunfalmente neste Portugal apagado Amanhece escrupulosamente uma chama, Mas desde logo se apaga.. Meu deus! Alma! Sempre português. Jamais desonrado! Pois nós honra temos em fartura, Somos marinheiros e cavaleiros, Inquebráveis no que toca à bravura! Sim.. Nós! Companheiros! Percorre-me a sintonia dos antepassados, Corre-me a vida daqueles poetas, sim poetas! De grande coração, loucos e embriagados, Espero por vós. Nestas alegres janelas. Álvaro Machado - 18:57 - 13 - 03 - 2012

Mas que mundo me fala

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Mundo.. Mas que mundo me fala? Este de grande ostentação, E de pouco coração! Que quase me entala. Vagueio pelos ruas pintadas de Cesário, Acumulo toda a roupa num armário Diferentes fogos, chuvas iguais, Nestes passeios superficiais Duvido da vossa ingenuidade! Lá no fundo vivem pelo dinheiro, Na gruta lá vai o mineiro: A morrer sem popularidade. De mim não esperem nada Sol longe, terra ainda mais, Fugir no meio dos olivais Sim! Que era bela jornada! Aldeia deserta pela frente oceânica Árvore de matéria orgânica Agita a alegoria da juventude, Na sua fabulosa virtude. Álvaro Machado - 11-03-2012 / 14:24

A Luz Solar

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Luz solar desencadeia calor estonteante Causa brilho à vista de qualquer um Purifica as paisagens em lado algum, Inverte o semblante. Em todo o caso faz-me ter frio do calor, Suscita o fabuloso cheiro desta flor, Amarga no interior mas doce no latifúndio, Que é a vida do martírio Entre o fumo sísmico e a queimadura colossal Percorre-me o ambiente gélido do ar, Cá baixo está um homem a cantar: A música desigual! Candidaturas pressionadas pelo desprezo Embarcações perdidas, Jamais serão achadas, Tal como este pensamento que prezo. Pobre mente tão triturada, Pelos seus devaneios.. Pelos próprios devaneios! Treme-me a vista. O corpo é d’um cativeiro. Dali já não há personalidade embriagada. Rugas que penetram as vozes coração, Espalham-se-lhe as calúnias por infâmias, Sobe-lhe o sangue à cabeça numa oração, Tudo pelas longas astronomias! Álvaro Machado   - 08-03-2012 / 15:08

Imaginação

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Entre a maré baixa e o muro quebrado Ofereci a minha honra em troca de nada A natureza é uma bem amada E agora? É um ser ameaçado! Estou agora a caminho do destino Perdoar-me-á ? Faço e acredito Naquilo que jamais será dito Cheguei.. descobria-me latino Longa parada, corrida lenta É esta chama que me alenta E entre todos estes ilhéus Voo em dezenas de céus Ó antepassado que estas a navegar Regressa para curar-me de dores Porque eu não consigo procurar mais esplendores Ahh! Esperem! Sinto-me a deslumbrar!

O Banqueiro Anarquista

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Defendia a anarquia como elo mais forte Com cachimbo castanho de pó indiano Apaziguado por guerras intermináveis Porém estava firme, de certezas certas Passava então pelas janelas entreabertas E entre o intervalo da janela e da alma Caminhava a solidão do velho homem Brisa do mar. Vento consolado pela calma Figurava-se a figura de outrem O velho banqueiro anarquista, sem conhecer a sorte Escreveu uma parábola. Defendia direitos invioláveis Lutara a sua vida contra a tirania E acabara com ela? Álvaro Machado 

Anjo da guarda

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Anjo da guarda Memoria recordada Entre-mãos nada sinto, Nada tenho. Apenas estou presente. Choro a dor da minha alma, Que quer morrer.. Morrer! Já me sinto vacilar, a empalidecer Perdi toda a calma Espero-te anjo: Pelo amanhecer. Álvaro Machado 

"Carta para ti"

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Na minha forma de pensar não há formas Procuro o bem para o mundo e o mal para mim Encontro a fragrância da vida, flor de jasmim E perco-me em variados aromas Sincronizam as vogais com os acentos Dou-te a ti e não a outros, Os meus sinceros lamentos Terei eu culpa? São os meus pensamentos! Pobre parede incolor Alma de pouco calor Vida de nenhum alento E de muito tormento Álvaro Machado

A minha poesia

Bem-vindos ao meu novo blog. Como o próprio nome indica aqui irei escrever a minha poesia, totalmente independente. Álvaro Machado