Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2013

Por vontade.

Imagem
Inspira-me ao papel o mudar de sentido tão rápido. O que há-de hoje fazer todo o sentido em mim Rapidamente se verá desfeito aquando o nascer do sol E outro desejo se apoderar do meu corpo. Os meus hábitos mudam consoante a vontade neles. Se repetir vezes e vezes sem conta um prazer, Passa a rotina, e a rotina passa a tomar conta dos meus dias Por mais que negue esse facto. Estar no presente é viver para o futuro; por isso elas se mudam… Que fiz ontem já conheço e já não quero retomar… Que fiz hoje é de mim um homem a sonhar O que farei de um amanhã por descortinar… Álvaro Machado – 21:54 – 28-05-2013

Sentenciado

Imagem
A vida não tem significado nenhum, ó ventos! As paisagens são a nossa distância com tudo. Então como posso dizer aos meus sentimentos Por que os constantemente mudo? E falar adianta, pelo menos para mim. É como estar a tentar convencer-me Que todo o início tem um fim E o meu será, sempre, o de perder-me. Não saber mais de vós, ó lamentos! À deriva serei mais feliz. A minha viagem é recôndita. Só para um poder navegar. Atrás não posso mais eu voltar, Mas a minha sentença ainda não está dita! Álvaro de Magalhães – 20:50 – 28-05-2013

Inversão da dimensão

Imagem
A inversão de compreender o que nos rodeia... Desta forma, a ilusão move tudo à sua volta, Entramos na dimensão em que compreender não interessa E sentir muito menos. Viveremos das projecções da mente, da vivência da alma - O que ambas farão na outra dimensão o não sabemos, O que ambas sentirão também não, Mas lá a vida será mais calma. Construir-se-ão catedrais de fabulosa arquitectura, Momentos depois, as mesmas catedrais, desmoronar-se-ão; Tudo virá, tudo irá. Está neste fechar de olhos para a realidade Toda a plenitude do sentimento humano E toda a inconsciência de o inverter.

Curvatura sentimental

Imagem
O sentimento curva-se à ablepsia E a importância do que sentimos Passa a não ser assaz a cada momento Em que só queremos o bem de outrem. A partir daí, a ataraxia apodera-se de nós, Os sonhos desmoronam-se, a vida normal enovela-se, A liberdade aprisiona-se, a satisfação destrona-se, E tudo em nós é o bem de outrem. Aquele céu já mais não é o que vimos Nem aquela lua é mais a fonte de inspiração; Que este ar, esta vida, este coração Nós mais sentir não sentimos Para outrem poder sentir E viver longe do silêncio e da tristeza, Para poder erguer-se em vez de se curvar E escolher viver em vez de se matar.

Assombrado

Imagem
Assombrados são todos os caminhos Desde que me conheço. Assombrados, os quatro cantos do mundo Conheço desde que existo, Viajo-os desde que me revoltei com a essência da vida - Tudo muito fácil, tudo muito bem arranjado; demasiada perfeição, meus amigos! Tudo é composto por fórmulas ou ideias já bem construídas; não aceitam a minha contribuição, não, isso não. Eu vejo o mundo de outro forma, onde tudo pode e deve ser livre, Onde ninguém pode nem merece sofrer, onde ninguém não é nem será superior a ninguém... E agora vos digo que todos os caminhos São cadafalsos atrás de cadafalsos, por mais que fujam. E será melhor aceitar a impotência das nossas vidas já Ou ignorar o facto de que vamos cair, não tarda? Só quis dar a mão a todos vós; verdadeiramente conheci os recônditos lugares do universo E por isso, por ter consciência da exegese do universo, sou uma sombra longínqua e ténue Que poderia ter acrescentado novas coisas Às coisas em que na

Alucinação minha

Imagem
Tem estado tão longe o sol da terra Como antes nunca havia estado Se eu soubesse que da paz surgiu guerra Deste mundo, eu próprio, me teria naufragado. Só tem sido interessante a mudança da corrente - Ora me puxa, ora me afasta, mas nunca me há-de largar. É uma relação doentia, minha e do mar, Um pouco comovente. A distância é só uma alucinação de aqui estar. A terra mantém-se perto do dia de sol e da noite de luar. E a vida lá vai indo, devagar, tão calmamente Que adormeço, levemente. Álvaro de Magalhães - 21:56 - 22-05-2013

Um vida de quases

Imagem
Quase que viver é não existir para a vida. E saber que viver é tão vão como o esforço Enovela o desejo de continuar a lutar - Porque nada, no mundo, pode mudar. (Talvez leiam isto e achem ridículo resumir assim a vida. Também eu acharia ridículo, se não fosse eu a senti-lo. Mas, como o sinto, e tenho consciência desta insuficiência, Escrever é tudo quanto posso ser enquanto viver.) Quase que sentimentos equivalem a nada. E saber que por mais que álacre se manifeste Ou tristeza sobressaia Eu não vou poder sentir em pleno nenhum deles... Álvaro Machado – 20:27 – 20-05-2013