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A mostrar mensagens de abril, 2016

Comuns mortais

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Abri a garrafa. Estendei-vos a ouvir a canção. Fiquemos aqui até amanhecer, porque não? Breve havemos de sucumbir... Bebei até à exaustão. Deus é quem nos perdoa, é ele a nossa inspiração? Breve havemos de sucumbir... Nas masmorras do nosso pensamento!... - gritou, covardemente, em sofrimento homem que ousou não sentir... Continuou: é nas masmorras que cantamos e bebemos, é aqui que mais ebriamente enlouquecemos!... (Disse-o até partir...) Álvaro Machado - 15h54 - 03-04-2016

Do desassossego eleito

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Cada dia que passe é menos sol que se me esbate na fronte. Cada dia que passe sou-me menos, excepto do ser menos que sou cada vez mais. Cada dia, do universo extensivamente cansado, a percepção do afecto desvanece... Guardo, enfim, das memórias que a noite faz recordar (e devidamente comover) um ou outro episódio mais caricato, talvez de uma jantar onde fomos qualquer cousa, talvez dos sonetos escritos sobre o asfalto... Tu aí, viajante submisso, onde ousas ir? À descoberta do mundo? Não o faças; ignora o que vives, esquece os sonhos, vive-os somente aí, nesse estado de alma... Verás, como eu, que não há nada ali. É tudo um grande vazio. Nada queiras que não esteja já em ti, não anseies abraçar cousas que serão veneno nem despertes em ti a paixão que te fará cegar do teu sonho... Do poder - e do poder inda mais afincadamente - afasta-te! E serás assim o poeta que escreve e rasga do caderno inteiras confissões mentais, que num êxtase momentâneo se enfurece com a chuv