Imitem-no.
Compreendo – perfeitamente o compreendo – que todos por quem me cruzo,
Com mais ou com menos ligação, hão-de partir na mesma época que eu.
A mesma oportunidade nos foi dada e o tempo concebeu um tempo équo
Para cada um de nós, na mesma altura.
Conheço vários da minha época. Uns começaram por ser ambiciosos
E acabaram por ficar conformados, frustrados também.
Outros têm subido, têm sido um ascendente calculista de aparências, de mentiras,
De um extremo que nem o Anticristo ousava vestir: uma pele de cordeiro velha.
E por isso a solidão foi o que achei mais sensato a escolher para mim.
Cansei-me – juro-vos, amigos, que é verdade – do que circunda ao meu redor…
Nunca vi sossego, nem paz, nem felicidade surgindo naturalmente e sem segundas intenções…
O próprio sistema e a sociedade corrompe os termos biológicos do ser humano…
Inacreditável. Mas a vida foi feita para ser assim: inacreditável em todos os sentidos.
Quem sabe se este pensamento, que agora escorre por mim e me inquieta inoportunamente,
Nem sequer existe? Que Deus nem permite que ele exista e por isso me faz viver assim…
Como quem ficou sem lar e sem família e viva ao relento do pensamento…
Confesso que quis mudar o mundo. Todo! Porque nada está correcto e nada é justo.
Não sei quem sou, meu deus… Perdoa-me, Ente Supremo, por em ti não crer…
Mas eu creio quando tenho que crer e não porque se deve crer…
É inseguro pensar e acabamos por nos perder…
Neste momento sinto-me um destroço de emoções e de sentimos.
Não sou ninguém, nem sei o que é justo ou injusto, o que é verdade ou mentira…
A minha cabeça não pára de pensar; não pára de o universo inteiro supor…
Seria melhor, e viveria em paz, se cresse no que dizem aqueles livros, ali, naquela estante.
Quando os abro, eles dizem para eu não pensar e somente crer…
Mas que sabem eles, se nada é certo por estas cascatas oníricas de água?
………………………
Espero pela Estrela da Manhã, com o meu camarada Aziz.
Álvaro Machado – 16:27 – 01-09-2013
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