Momento solitário
Estou sentado entre o início e o fim - tempo que, então, me
for concebido -
Numa poltrona que me faz reflectir para lá de todos os
sentidos possíveis...
Verdade é que não sei quem sou neste espaço de tempo,
rodeado por escombros sentimentos...
Estranhos locais que me fazem feliz, assombrosas passadas
que me põem em dúvida...
Dou por mim, de repente, numa transcendência: embarco para o
futuro, tento trazer as respostas que o presente ainda oculta,
E muito lucidamente questiono qual é a verdadeira essência
da vida
Se eu vejo os anos passarem à minha frente e o meu fim cada
vez mais próximo?
Quanto mais penso, menos sei; quanto mais desejo, menos
tenho.
É isso a essência da vida? Não apenas no querer, mas também
no que virá do inconstante destino?
Não sei. Nos meus sonhos a vida parece-me um tanto
diferente...
Melhor, para ser sincero...
Tenho para mim que a complexidade da vida é uma nulidade
- O homem pensa, mas nunca alcança.
Por isso tanto divagámos, tanto sofremos na máquina do tempo
Que tem como passagem o averno de nada...
E, se assim é, faço com que chova, agora, neste instante
solitário
Para sair da poltrona, para me precipitar para lá fora,
ficar encharcado
(Sobre a natureza galopante)
À espera que tudo se resuma a chuva e tudo nesse sentido.
Álvaro Machado – 14:42 - 22-09-2013
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