Casas onde não trago memória


Casas onde não trago memória
fizeram de mim esta lembrança que hoje sou...
Toda a vontade de querer se tornou inglória,
de mim se me distanciou...

Aquele calor vindo de ternura
de mim não resta hoje sinal
senão o de dor sem cura

E aqueles sorrisos, aquelas gargalhadas,
Onde os pensei reais e verdadeiros
Não passaram de projecções falhadas!..

Essa vida onde, por sorte e infortúnio, havia sobrevivido?
Não queiras uma; o sol jamais cobria meu semblante,
as ruas tornavam-se naquilo p'ra que tinha desaparecido,
e eu deixei-me ir, desvairado deambulante...

Álvaro Machado - 22:21 - 12-12-2015

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