Criação infindável
A criação que não finda
Que vem dolorosa, sem se apresentar,
Vem fragmento a fragmento na vinda
E cai, em dobre, em noite de luar
Cai enquanto medito sobre o passado.
Se eu quiser eu não consigo voltar a tê-lo.
(os outros de olhos postos como sabendo o fado)
E, de repente, no eléctrico, cai um relâmpago: não voltarei a vê-lo!
Sinto e digo e fujo destas epifanias sobressaltadas
Não tarda estarei noutro lado, a virar de direcção!
Com meu pequeno barco a seguir novas pegadas
E o volante a girar, comigo ao leme, a escrever outra canção!
Álvaro Machado - 19.09.2023
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