Nota final


Encaro o suicídio
Como inevitável e como única certeza
Que entre os largos devaneios distantes
Meu coração suporta...

Sentado, debruçado sobre qualquer coisa de natural,
Encaro a frio a realidade que a meus olhos pesa e persiste.
Depois caio, porque não sou mais nada
Senão uma queda permanente.

E a sociedade que por dentro me corrói e se me afasta?
Que é do vadio que no cimo do mundo se escondeu,
Se encovardou de olhar de frente
Para a Dor e para a Morte?

Coitado. Álvaro de Campos, coitado de ti, que ninguém chorou essa dor tão fúnebre!...
Coitado do que és, uma sobriedade desajustada às leis do universo!...
E do nada que não existe, somos nós e assim permanecemos
Até ao fim do largo oceano!...

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