Não sou conduzido, conduzo


Nada oiço do que se propaga
do outro lado de mim.
Não deixo minha voz trémula
nem minha crença desmoronar
por uma praça cheia de sangue.

Mantenho-me surdo
para os aterradores gritos
que infligem dor alheia.
Pois eu calo, e no silêncio amargo
Só oiço meu coração
De herói solitário
A seguir passos em que acredito.
Quem é lá fora
eu não sei...

O tempo em nada me pertence
nem a meus sonhos...
Apenas o lado em que chove
sou íntegro...
(Vácuo!...)

Álvaro Machado - 01:33 - 24-05-2015

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