Homem-multidão
A esta hora onde me sou
tremendo sob a veste do mundo
(e Deus assim se esquivou)
peso e sinto-me imundo
quase no fundo...
A esta hora de indefinição
voltado às confissões ancestrais
deixo-vos: escutai o meu coração,
o porquê de infinitos ais...
E que as montanhas mais ásperas,
as ondas dos mares mais insubordinados,
as terras longínquas e áridas
sejam, ó poetas!, nossos legados!...
E a hora, ténue ao menos no sofrer,
sucumbe de mim pela mão...
A hora que me deixou agonia no ser,
até sempre na multidão!...
Álvaro Machado - 23h48 - 15-05-2016
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