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A mostrar mensagens de outubro, 2013

Diálogo estrelar

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Sabes que me sinto sozinho Quando em minha volta a terra está árida? O que me faz logo depois questionar, Se será a terra ou as pessoas Esta falta de sentimento no ar... Sabes que esta noite deixa-me sozinho Só entre as estrelas, únicas interpretes verdadeiras do que sinto, É que o meu sonho continua a mover-se e a girar continuamente Numa espécie da translação anarquista Para o sentimento inócuo. E sabes também que eu detenho um amor pela vida Um tanto diferente, e talvez um tanto superior, Do que estes alheios corações que vociferam com desejo incontido A eternidade, a luxuria, a ostentação, a invencibilidade, o império... Não quero ser assim, sabes? Sei lá eu o que quero ser; sei, em todo o caso, que amo viver assim - Com a natureza e sem regras, com a liberdade e com sentimentos, Com o constante desejo de descortinar o segredo estagnado na noite estrelar... Sei lá eu quem me sinto! Sei lá eu o que sou! Sei lá eu o que é tudo isto, Toda a dimensão esta que não mo diz! Mas sabes......

Sem nada, ser nada.

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Tentar compreender É esquecer que compreendi. Tentar viver É esquecer que vivi... Tentar é não tentar Coisa nenhuma. É apenas imaginar Que se tentou coisa alguma... Se nada me faz ser Nada eu irei querer. Assim tudo irei ter Se nada tiver... São os pensamentos Que estão frios, de mar angustiado... Afundem-me sem ressentimentos: Considero-me naufragado... Álvaro Machado - 21:58 - 11-10-2013

Concebível realidade

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Sei que os sonhos detêm o que a realidade desconhece. Por mais que na tormenta rota tomada As interceptem figuras demoníacas oriundas do mito Quem sonha sempre alcança. O meu estado leva-me a descortinar talvez o impossível à percepção da realidade. Porquê? Porquê o circundar ébrio dos planetas em minha consciência? Porquê a irrealidade imposta e concebida como a nossa vida? Não sei nada... Não sei como se ama, não sei porque se ama... Se amar nos concebe um amor eterno, E se realmente o carente sente saudade, Porque não nos amamos em conjunto? A minha realidade é sonho. Sempre foi. Tenho pouco por que me agarrar à realidade, esta de momento. Prefiro ser sempre o deambulante poeta que viveu na cave do pensamento E que descortinou sempre outro mundo. Álvaro Machado - 13:56 - 10-10-2013

Miramar

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Está distante... E nem chega a ser muito distante... Fica na intermitência... E nem vale a pena ter saudade, O navio não espera por mim. Se esperasse, ganharia fôlego... Sou alma-miramar... Que nem sabe quem sente... Será destino andar perdido no alto-mar? Ah, mas porque me ouso sequer isto perguntar? Vale a pena viver no Outono. A brisa deixa-me a flutuar, E ver as borboletas e os pássaros a voar Deixam que o momento fique comovente!... Álvaro Machado - 01:46 - 07-10-2013

Um navio de personagens

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Gostava, às vezes, de não pensar no que está à minha volta. Quem não pensa, não tem a penumbra como horizonte, Tem, porém, outra coisa, talvez superior, chamada inconsciência E a janela do seu quarto é fulgente. Quem não pensa, não vive aquelas horas de agonia Em que até chover nos dói, ou até quando faz sol... Não tem aquelas insónias que só nos deixam mais a sós Do que a nossa solidão nos permite enquanto sonhámos... Mas temos, ainda assim, que viver. Alguém tem que gostar da arte, Criá-la, mantê-la viva, exaltar os artistas... Por isso, eu tomo a vida com uma constante liberdade de pensamento Que me faça roçar no outro universo paralelo deste... E não, não estou sozinho nesta viagem. Também eu criei pequenos pensadores Dentro de mim, para que possam estar justamente na constante busca Do incompreensível, do longínquo segredo que arrastou gerações inteiras! O barco leva-nos para onde calhar. No convés vai Mister Winston , a minha recente criação, Acompanhado de Leonard Sagè , o po...

Oculto

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Sinto as movimentações da terra oculta, terra de averno, Contrabalanço-me entre a metafísica e o submundo, Entre a ponte que tem como direcção céu, inferno, Deus, Satanás e eu, que não sei de onde sou oriundo… Bizarro em todos os sentidos. São demasiados universos de sucedâneo ao meu… Complexo, extremamente complexo, olhar o céu E ter por que questionar: porquê tantos mundos? Vagueei num pequeno espaço do Botânico Já o silêncio a cidade inteira possuía; Ia com a alma inquieta de pensamento que não queria, Embora sozinha desejasse ser uma estrelo a sobrevoar o Atlântico… Álvaro Machado – 13h00 – 05-10-2013

Perguntas vãs, respostas inexistentes

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Corria o tempo; simplesmente passava… Não sabia como, não sabia porquê, Porém, havia lhe perguntado: “Tempo, porque passas? Sabes que eu não queria que passes assim? Queria que fosses eterno, que não tivesses fim… Assim, não me separaria de ninguém, Assim talvez a dor menos se propagasse entre mim…” Tão incongruentes são estas minhas perguntas Que, na inocência de ambicionar dar de caras com o universo, Se sente só e de estado atónito p’ra limitação que aparamente nega ter… Tão imbecis são estes meus pensamentos da indecisão e da incerteza Que, enquanto o céu me não responder, continuarei assim, neste impasse solitário, A cantar a triste saudade, o triste desejo de querer conhecer mais de mim E deste vasto universo repleto de vida que todos os dias bate à minha porta… Álvaro Machado – 18:32 – 04-10-2013  

Inconstante, irreal.

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Bebemos como se isso não nos fizesse sentir saudade. E eu deixo-te entrar sobre a ilusão que existes e estás comigo Num intervalo de tempo qualquer... (Mas a vida dói-me, nada disto é real...) E como entraste, o sentimento que me alenta a alma Parece reluzir por uns instantes efémeros... Entra dentro da minha casa, tanto é de um como de outro, Só peço que avises quando dela saíres... (Entretanto, chovia com intensidade, tanto que me fez contemplar, E chamei-a a atenção para esse poder que a natureza tem, Transcendente de qualquer explicação que queiram dar; Mas ela não me ouviu, não prestou atenção a nada...) Não adianta. O espaço que te concebi - de intemporal - Nos não aproximou, nos não fez chegar à necessidade de ligação, Nos não fez mais que fazer da nossa relação ridícula demais para existir... Por isso, continuarei a beber. Tenho pouca vontade de viver, Tenho muita mágoa para querer continuar a viver... Chove. E a casa de chocalhos teve muita intensidade para agora se sentir s...

Lei Fatal.

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Sou um servo das leis fatais, Das quais padeço sem saber porquê. A travessia é dolorosa, não sei por onde vais, Nem sei como a vida se vê... É fulgente, é desfocada? Alegra-nos, entristece-nos? O que faz? Não sei, sou cego; não tenho amigos, nem família. Tenho sorte por sentir o vento... E tenho sorte por supor que o céu existe, Que Deus nos criou, que isto mesmo se chama viver... Parece-me que o amor também está neste mundo, Mas ainda não o conheci... Noite adentro, agora, e a espera é agonizante. Continuo sem saber nada... E o universo inteiro é uma dissimilação Do sentimento galáctico... Álvaro Machado - 22:56 - 02-10-2013

The Anarchist

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Anarquia! Respiro-a entre cada intervalo de tempo Que Deus me impingiu, pois nem sequer concebido foi. Foi impingido como um gládio doloroso pelas costas do inimigo... Anarquia! Viva a ti, ó anarquia! Mister Winston - 21:17 - 01-10-2013

Divino

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Tenho uma vida incompleta, mas uma luta constante Por ideais e utopias que me alentam a alma... Não me rejo pelas normas, como seria normal, E a minha liberdade não está à venda. Vivo, apenas. Vivo na irreverência. Roço o meu sentimento no oculto deleite Que nem Deus, nem Satanás conhecem. Nem está disposto para ninguém... Só meu, novo paraíso de Éden, Ascenção onírica e ébria... Saudade de ter uma vida decente... Nada, ninguém... Álvaro Machado - 21:10 - 01-10-2013

O perdão nunca perdoado

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Chove lá - do outro lado da rua imaginária - Como se isto tudo fosse um sonho. E eu choro. É o meu coração quem eu perscruto, Despedaçado, sozinho, intolerado... A todos vocês, peço perdão pelos meus pecados. Pecados de quem aceitou a liberdade concebida como ilusão, De quem se refugiu nela entontecendo-se para doer menos, De quem naufragou antes do barco chegar ao porto... «Passou a vida. Estás morto, és meu servo agora» Disse-o uma voz que no momento a seguir sucumbiu Num nevoeiro distante e saudoso, como aliás é todo o significado De ter vida... Álvaro Machado - 20:57 - 01-10-2013

Desencanto em viagem

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Caminha desencantada, Por ali se vai deixando ir E a sorte venha, se tiver que vir Ou senão que se dê por terminada. Chove na estação… E entre os carris eu desejo estar do lado de lá, (Talvez seja mais feliz do que cá…) Quem mo pede é o meu coração… E, por entre o céu cinzento, O meu ser quer estar na praia. Por lá me têm como barqueiro com talento E eu não quero que isso me saia. Álvaro Machado - 14:58 - 29-09-2013

Um fim...

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Entreguei-me precocemente ao abismo Deixei que o descontrolo entrasse em mim Apenas e só porque nunca tinha sofrido assim Se não fosse tamanho o cismo! Perdi a minha alma num recôndito sombrio Que ainda me dói pela tamanha perdição… O sentido que me tiraram quando deixo de estar sóbrio É a minha grande lição… Quem sente e escreve sobre o que sente Não tem, por natureza, o hábito de se purificar. Andar em cada momento a divagar E o seu ser nunca mente. Álvaro Machado - 00:37 - 29-09-2013

Natural.

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O mar move e o coração espanta Porque há-de se mover. E a alma acalma, deixa a onda correr: Tudo vai e volta, e sempre nos encanta. Álvaro de Magalhães – 12:53 – 28-09-2013

Lei natural

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Em viagem pelo Ártico. O sol poisa na consciência E eu oiço-o a sussurrar Porque ele naturalmente está a brilhar Com toda a sua essência. E os frios ermos da inconsciência São compostos por vales e abismos; Os homens da vida se propõem a defrontar riscos E cair abaixo é pela sua inocência… Nenhuma alma que cobice desmedidamente Tinha a coragem, o sacrifício, a valentia, De, sobre um vale que a morte chamaria, Se erguer triunfalmente. Porque assim dita a lei natural: O homem pertence à natureza E sobrevive lá como um animal. Quem vive é quem tem destreza. Mister Winston – 12:50 – 28-09-2013