Inconstante, irreal.


Bebemos como se isso não nos fizesse sentir saudade.
E eu deixo-te entrar sobre a ilusão que existes e estás comigo
Num intervalo de tempo qualquer...
(Mas a vida dói-me, nada disto é real...)

E como entraste, o sentimento que me alenta a alma
Parece reluzir por uns instantes efémeros...
Entra dentro da minha casa, tanto é de um como de outro,
Só peço que avises quando dela saíres...

(Entretanto, chovia com intensidade, tanto que me fez contemplar,
E chamei-a a atenção para esse poder que a natureza tem,
Transcendente de qualquer explicação que queiram dar;
Mas ela não me ouviu, não prestou atenção a nada...)

Não adianta. O espaço que te concebi - de intemporal -
Nos não aproximou, nos não fez chegar à necessidade de ligação,
Nos não fez mais que fazer da nossa relação ridícula demais para existir...

Por isso, continuarei a beber. Tenho pouca vontade de viver,
Tenho muita mágoa para querer continuar a viver...
Chove. E a casa de chocalhos teve muita intensidade para agora se sentir só.
Derrocou num instante: tudo se desvaneceu.

Álvaro Machado - 14:24 - 03-10-2013

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