Eu sou de todos, sem mais ninguém. Sou do universo à noite, rodeado de dúvidas, Sou do dia na manhã, com a brisa a escapar-me das mãos, vai e nunca mais vem, Sou das estrelas cadentes que tiram vidas... Sou da réstia de esperança que esta lá fora, memórias que sobressaidas Tornam este quarto tenebroso e além vós, Além paisagens, além snobes que se achem, Além dizeres e não dizeres, contos e não contos: Afinal sou eu não sou? Sou eu de permeio, sou eu lá trás, aquele senhor até o caminho apontou, Sou eu ali em cima do balcão, ébrio, a regozijar-me por ser um artista falhado, Por quem ninguém se tem importado? É não é? Sou de quem é ou de quem não é? Sou-me pelo menos para mim próprio? Sou o almirante no meio do mar a seguir um caminho que já havia sido navegado? A bússola que me deram é que o traçou E eu segui-o; o almirante nunca contestou Nem para onde ir nem com quem ir... Sim, eu sou estes senhores todos. Sou um espelho de v...
A criação que não finda Que vem dolorosa, sem se apresentar, Vem fragmento a fragmento na vinda E cai, em dobre, em noite de luar Cai enquanto medito sobre o passado. Se eu quiser eu não consigo voltar a tê-lo. (os outros de olhos postos como sabendo o fado) E, de repente, no eléctrico, cai um relâmpago: não voltarei a vê-lo! Sinto e digo e fujo destas epifanias sobressaltadas Não tarda estarei noutro lado, a virar de direcção! Com meu pequeno barco a seguir novas pegadas E o volante a girar, comigo ao leme, a escrever outra canção! Álvaro Machado - 19.09.2023
o coração vai cheio por essa estrada que chamamos mundo... vai carregado de acasos não por acaso, explode intenso, único no sentir... vai entre ritmos musicais a bater nele e a cada toque da guitarra vibra história efémera no momento, eterna no sentir por essa estrada que também é destino... e no toque suave da mente relembrado tudo se agiganta: mais se quer viver mais se quer ter, mais se quer para vir por essa estrada que no coração quer ficar... Álvaro Machado - 10h25 - 13.06.2023
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