Diálogo estrelar
Sabes que me sinto sozinho
Quando em minha volta a terra está árida?
O que me faz logo depois questionar,
Se será a terra ou as pessoas
Esta falta de sentimento no ar...
Sabes que esta noite deixa-me sozinho
Só entre as estrelas, únicas interpretes verdadeiras do que sinto,
É que o meu sonho continua a mover-se e a girar continuamente
Numa espécie da translação anarquista
Para o sentimento inócuo.
E sabes também que eu detenho um amor pela vida
Um tanto diferente, e talvez um tanto superior,
Do que estes alheios corações que vociferam com desejo incontido
A eternidade, a luxuria, a ostentação, a invencibilidade, o império...
Não quero ser assim, sabes?
Sei lá eu o que quero ser; sei, em todo o caso, que amo viver assim
- Com a natureza e sem regras, com a liberdade e com sentimentos,
Com o constante desejo de descortinar o segredo estagnado na noite estrelar...
Sei lá eu quem me sinto! Sei lá eu o que sou! Sei lá eu o que é tudo isto,
Toda a dimensão esta que não mo diz!
Mas sabes... eu não sou infeliz assim.
Só te digo que o ermo horizonte está desta maneira,
Que este ermo coração sente desta maneira,
Que este ermo pensamento pensa desta maneira...
Mas sabes, tudo continuará assim, perdurará até ao fim das nossas vidas...
Por isso, esqueço tudo nesta noite quase de Outono.
O que eu te queria dizer já não sei, porque fiz por me esquecer...
Fiz-me esquecido para sempre e nada disto existiu.
E o que te queria dizer é que tu estás e estarás sempre
Como viva dentro do meu coração...
Álvaro Machado - 22:35 - 11-10-2013
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