Modernos.
décimo primeiro canto.
a saudade.
A saudade dos gregos e dos romanos
dos pensamentos megalómanos,
e no entanto realizáveis;
Dos impérios vastos de Temudjin e César
que, vendo homens, viam conquistas
- um que sozinho comandava milhares.
Modernismo, o desajustado
e traiçoeiro.
Como poderá evoluir o homem
se os arquivos não se procuram
nem a história se pretende saber?
Diremos que Aristóteles nem existiu
e que os livros metafísicos são contos de fadas...
Que disparate, Da Vinci, Galileu, que horror.
Ser moderno é ser só assim.
Os que morreram, morreram; já lá vão...
Que interessa se os perseguiram e torturaram
para que hoje nós andássemos aqui?
Nada...
Age-se com indiferença, até com arrogância,
se sequer nos abstraímos a pensar nisso.
Que interessa quantos morreram a caminho da Índia
para que se unificasse o império?
Dos poucos nomes exaltados, que eu conheça,
só Vasco da Gama, que até vem nos descobrimentos,
mas onde os largos milhares de sacrificados
nem tampouco são relembrados...
A história não lhes imortalizou o nome. Nem a alma.
Uns quaisquer, como vós, agora, homens do modernismo,
infestados de ignorância, mortos e esquecidos
como se nunca tivessem existido.
Álvaro Machado - 02:46 - 16-04-2014
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