Cave do tempo


Estou na cave do universo
E é tão pesada a consciência de tudo o que existe...
A alma vagueia aos prantos pela rua da cidade esquecida
Onde as pessoas fazem-me ter consciência
Que a morte vem, vem lenta, silenciosa, discreta
E que, quando vier, virá impiedosa.
Levar-nos-á sem dar-mos o nosso último adeus.
Parece que nem existimos...
Que me resta? Esperar?
E esperar o quê?
Será que só irei sentir uma rajada de vento
E depois caie redondo no chão?
Sei lá eu...
O que eu sei é que o tempo pouco é.
Às vezes andamos pelos atalhos do quotidiano
A fugir ao que realmente importa, que é abraçar as pessoas que amamos,
Poder dizer todos os dias o quão especiais elas são para nós.
Mas o tempo passa. Quer digamos ou não, ele perde-se, nós perdemo-lo...
Não volta. Só passou. Era esse o seu sentido, o de passar sem ficar...
Agora que eu queria dizer o quanto amo o mundo, tarda o dia, tarda a alma.
Passei horas e horas a tentar compreender o incompreensível
Para poder afirmar que nada é exacto nem que nada está correcto.
Sim, tinha razão. Mas de que me valeu essas horas de dor
Se o que eu mais quero dizer é que te amo, ó mundo?

Álvaro Machado - 17:52 - 04-04-2014

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