resguardado homem
bati à porta,
aguardei deus para a abrir...
esperei demasiados e longos anos,
ao frio, à chuva, usando gastas palavras
e sonhos esquecidos...
até que me tentei tornar
num dos tantos milhares, com vidas normais,
a não questionar-se sobre fundamento nenhum...
mas havia sempre algo.
algo que não me deixava simplesmente viver.
suspirava fundo: o vento fizera-me renascer, a saudade chorar,
o errante vadio filosofar!...
porque, para mim, nenhuma brisa reflecte a mesma sensação,
porque, em cada uma delas, eu recrio o mundo, encho-o de novos pensamentos, de novas cores, do tutano da vida!
deus..., deus não me abriu a porta,
deixou-me à porta e nunca veio...
revoltei-me; durante a minha vida inteira abri-lhe o meu coração,
nunca a nenhum comum dos mortais,
contei-lhe todos os meus sonhos, mas ele nunca veio...
cavei uma sepultura então.
e até hoje continuo debaixo dela
numa incessante solidão!...
Álvaro Machado - 13:07 - 08-02-2014
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