Tempo e o adeus
Fujo do meu tempo - que nem meu é - desde então.
Guardo saudades do tempo em que era tempo de o ser,
Guardo ainda no coração as belas vistas do entardecer
Em que navegávamos com amor ente ao coração
Por terras longínquas e saudosas - que nunca ninguém viu -
E, nesse momento, o destino, ao acaso, nos sorriu
Para que lhe navegássemos sem parar!
Hoje fujo do meu tempo e gritar... é uma gota de oceano
Que não pode transparecer toda a maresia dentro de mim.
(Álvaro de Magalhães: todas as mãos de marinheiro têm fim
Por mais terras longínquas e saudosas que achem.
Pára de navegar! Cairás no limbo se continuares assim,
O limbo tornar-se-á o local das tuas memórias
E o infortúnio das tuas vãs glórias...)
Não posso mais à ilha voltar.
Não posso mais águas navegar.
O dia passou, e não volta para mim
O grande amor pelo Mar!
Sinto saudades. Era mar...
O mar que a cada dia queria amar
Mais do que no dia anterior;
Era dia, dia de encantar meu interior...
Adeus. Adeus Mar. Adeus Tempo. Adeus Álvaro de Magalhães.
Estes versos, que não dizem mais do que o nada dito,
São apenas invocações ilusórias de estar sozinho
E de não ter mais que pensar
A não ser pensar no mar...
Álvaro Machado – 22:14 – 16-03-2013
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