O eco que vai por Coimbra


Ecoa no Mondego desta cidade
o som de outros tempos.
Oiçam, bem de perto, a intemporalidade
que vai na corrente
e que são versos.

(Ecoa neste rio o meu coração...)
Eu que, isolado, sem saber tomar
uma direcção,
pergunto aos deuses do universo
se algum dia me hão-de recordar
como eu os recordo...

Não sei, porque me dói muito querer saber.
Dou um breve suspiro, fito as indefinições do ar,
e penso para mim: quero é morrer.
Por que hei-de outro caminho querer,
se por mim ninguém vai suspirar?

Mas é deste rio que me vem a veia de artista
- incerto, desconhecido, embriagado pela sublime paisagem.
E continuei pensando: nem que isto me leve ao suicídio, nem que da minha vida desista,
o que eu quero é saborear esta viagem
aos tempos passados.

Álvaro Machado - 20:12 - 10-06-2014

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