Claridade
Suspende-se no horizonte
Esta claridade tão peculiar
Que, sobre um alto monte,
Olho p'ra vida de renovado olhar,
Eu, lado a lado, com Orionte.
Leviana brisa que nos vai acompanhando,
Fresco pensamento que só vive do agora;
Rodeados de pássaros, que por nós vão passando,
Colhemos a vida selvagem a toda à hora
Contentes de a poder ir olhando...
Dos altos píncaros vive-se destemidamente.
Como o não sei porquê, vivo-me perto das estrelas
E vivo-me longínquo de todas as aspirações de gente
(Aspirações dessas nunca hei-de tê-las.)
Porque é do cimo que mais se sente.
Orionte, mais do que eu, vive perto
Da tão pura virtude...
E o desfecho até agora incerto
Chegará a si cheio de plenitude
Porque viveu sempre de coração aberto...
Álvaro Machado – 22:03 – 11-08-2013
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