Habeas corpus ad subjiciendum


Eu? Não passo de uma escadaria infinita
Quanto mais a subo, mais me confundo.
Todos os meus conhecidos que por mim passam
Olham e continuam. Não se abstêm de continuar.

Para a plateia que intercepta o meu sonho, ou que por acaso se cruzou comigo,
Invoco os sentimentos de versos para que também o sintam...
Cada verso solto é para que sintam, e para que vejam bem a liberdade
Com que são ditos, assim como coisa natural...

E eu continuarei dizendo que os meus versos, tudo aquilo que tenho escrito,
São apenas tinta gasta de um coração e mente destroçados...
São como um sonho. Quando rasgo versos, perco-os para o fundo do oceano,
Perco-os para sempre, para a eterna escuridão...

Sintam como eu, dentro desta sala de sonho, o sentir que há ali nos versos.
Chamem-me louco. Completamente louco! E por isso eu leio versos,
Porque tenho inteira liberdade e convicção para o fazer!
Saiam das vossas vidas por um instante e façam por sonhar sem restrições!

Desolado, escondi-me num recanto sombrio. Nunca consegui ser ninguém.
Nunca conseguir ter mais do que simples conhecidos
Que não se ralam por mim, o doido que enfrenta a plateia...
O meu eu ficará sozinho..


Álvaro Machado – 23:11 – 20-08-2013

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