Dirigido ao céu
Levanto-me, seguro pela mão
Com inocência acolho a ilusão
Afincadamente sou uma alma
Que te pede paz, que te pede perdão.
Acho que sou feliz, em momentos.
Acho que posso ser um ser comum...
Mas o rolar dos acontecimentos
Prova-me que não consigo ser qualquer um...
E tu, figura do além,
Porque me fazes sofrer como ninguém?
Atiras-me sempre para o chão.
Deixas-me confuso, deixas-me ser vão,
Andar pela rua perdido
Ao sabor do vento entristecido...
Tão cruel, tão real é o que me tem acontecido
Um vazio no coração imbuído de escuridão
É aquilo que me dás, não aquilo que tenho pedido.
Peço-te paz, concedes-me mágoa, dor, solidão.
E eu não te fiz mal, tornei-me uma hora do ocasião,
(Onde jaz?) talvez nem tivesse vivido...
Não adianta vir a ilusão. À deriva sou-me.
Super-vadio que merece pensar
Somente num recanto do mundo, contemplar
Coisas naturais como ser feliz, mas na distância, que agora vou-me
Refugiar na dor que só eu sei interpretar.
À deriva sou-me, à deriva eu sou, ouve-me...
Deus. É meu destino então ser assim?
Deitas-me abaixo com uma força atroz,
Fazes com que eu desista de ter voz,
E de conseguir lutar por mim...
Deus. Porquê eu e só eu?
Por que me deixas sem vontade,
Sem vontade de querer viver o que é propício à minha idade?
Porquê, Deus meu?
Cada vez estou mais sozinho,
Menos consigo conter as lágrimas que escorrem,
Numa maré turbulenta os meus sentimentos correm
E por aí vão, enquanto sobriamente bebo o vinho
Que todos eles bebem.
Álvaro Machado – 13:39 – 07-02-2014
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