Não ser só como tinha que ser.


Não consigo - talvez não consiga achar -
Um sentido para meu pensamento.
Então, que me resta? Saber esperar
Que o dia tenha novo movimento?

Mas ele todos os dias tem um.
E todos os dias se movem no universo mais.
Que surge de um pequeno espaço sentimentos especiais
E eu não ser ter nenhum.

Tão o é profundo!
Como nunca ninguém achou concebível!
Tão o sou vagabundo
De um lado de lá impossível

Esse lado chamado: universo em crescente,
Nunca mais cessará de o haver;
E que agora o meu estado é o de esquecer
Que estou aqui vivo e presente.

(Não: deixem-me sozinho no espaço!
A deambular por entre a vida e a morte,
A descobrir porque existo, o que aqui faço,
E se o meu destino avizinhará azar ou sorte...)

Em permeio de tantas estrelas, de tantas galáxias,
Tenho, como uma criança, a certeza de outras vidas
Para além da minha insignificante...

Hei-de passar por um outro lado, entre outras vias,
Que me façam o não ser só como querias
- Um poeta errante...

Álvaro Machado – 19:58 – 03-02-2014

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