sentado.


sentado os dias passam
e no passar deles
simples, ainda mais duram
do que antes.

no correr do tempo
acolhemos a ilusão
para também corrermos
na mágoa sem a ter.

porém, levanto-me.
ergo-me.
astro-rei de mim
eu criei.

escolho saber de mim
em vários eus a meio caminho
no cansaço das eras
e dos lânguidos olhares.

vou findar, triste história inacabada
que alguém escreveu...
tremidos versos que haviam de nascer
pela consciência de todo mal...

sentado. vendo o tempo a passar,
a chama da fogueira a queimar,
ardemos, tu e eu, com a lembrança
que tinha de existir.

na memória, as cinzas
leva o vento, a voz do senhor
é o extenso universo
incompreensível a baixos olhos.

Álvaro Machado - 00:23 - 25-02-2014

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