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A mostrar mensagens de março, 2013

Verde, Cabo

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Cabo Verde. Verde, o cabo. A cor esverdeada do sal, O sal dentro do mar do cabo E circunda, à volta, o peixe Sem sal, de o não estar imerso E com saudades do salgado Mar que preenche o cabo De verde sal e de cabo encantado. O meu amor respira ar tropical. Ar de ar, tropical de tropical. Palmeiras entes, grãos de areia por de baixo, Ah, as saudades de água azul e romântica! Esta ilha é bela, mas o belo ilude e engana, Porque a paisagem preenche o cabo de bondade E as pessoas infectam de maldade, O cabo verde do mar em sal. Ver Cabo Verde fez relembrar-me Do outro cabo, do cabo de mais esperança, A esperança que fez do cabo uma esperança E o cabo fez de si um cabo de boa esperança... Álvaro Machado – 03:54 – 01-04-2013

Alma ténue à chuva

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Ergo-me junto do Sol, Ouvimos e conversámos, Construímos esperanças juntos E o céu enche de cores aguerridas Forças que vão ganhando cor. "A luz que nos guia é a chave da vida E todos os caminhos que possas vir a percorrer Hão-de chegar junto de ti, com grande verdade, Porque és bom de coração" - disse, o Sol, junto dos ouvidos... E eu olho-o como se ali estivesse um humano, Sinto-lhe ternura e oiço-o a falar comigo, sussurrante, Guiando-me de luz e de esperança para que prossiga Com força p'ra ser feliz. E está a chover e esta chuva marca-me o coração... E toda a luz que me foi apontada como um guião Se desvanece na primeira gota de água, Que é o quanto baste para desistir!... Álvaro Machado – 03:38 – 01-04-2013

Vozes inúteis

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Não os conheço; não existem. E, ainda assim, vozes encharcam-me De os pensar, se os penso, com histórias Inúteis tanto como quem as conta. São a paisagem intemporal dos tempos derrotados, As esperanças sem necessidade de as realizar, Os sonhos fictícios de os achar realizáveis estupidamente! Se sonho, também? Sonho e vivo de sonhos que vou sonhando! Não os sonho só porque tive de adormecer e porque é bom - Nem tudo o que sonho é enquanto estou a dormir, nem tudo quanto sonho É enquanto fecho os olhos... - Eu sonho-os sobre a adversidade real e amálgama da vida! Não existem; não os conheço. Se não existem são felizes e não pesam, Não têm de escolher entre o bem e o mal Ou ficar no meio a pender para um deles. A vida é doer Só ao viver E enquanto os achar na inexistência Não os quero conhecer!... Álvaro Machado – 03:07 – 01-04-2013

Noite de fé

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Encobre-se na noite toda a verdade: A sorte está entregue ao vento da saudade, Perco os sentidos e deito pela janela fora Tudo o que fui, outrora. (Talvez a vida não tenha sido feita para mim...) Escorrego, pelo chão, destroçado, Até vir deus, que me tem abandonado, À espera que chegue ao fim... Sento-me no chão e oiço a morte ranger. Sento-me horas a meditar o que não pude ser, O que não consegui ser, e a chuva responde Que um homem nunca se esconde Nem em solidão histérica nem em mares profundos, Mas eu, que sinto outros mundos, Por que razão me abandonam E a mim não se juntam? Hoje a minha voz tem fé E as minhas palavras têm Deus. Se mais caminhos não encontrar, Que haja fé para me orientar Até que finalmente o juízo final Chegue para me levar... (Talvez ao partir a dor possa acabar, Porque nenhuma encontrei igual...) Álvaro Machado – 02:36 – 01-04-2013

A voz…

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É a voz, sei que é a sua voz, Amarga na ocasião, No deleite de um trovão, A voz escutada ente a nós É a solidão... A chuva e os trovões são o sinal Que lá em cima têm passado mal. Deus bebe um cálice de vinho E começa a meditar sozinho Por que razão nada é igual... Sete candelabros de ouro fulgem. Deus ergue-se e nega a luz A este dia e aos que chorem´ A curta passagem até à cruz… (Outros tantos morrem!...) Álvaro Machado – 18:25 – 31-03-2013