Sombra na mente




Escondo-me na sombra
E enquanto o sol ilumina
Outras sombras passam,
Outras sombras ficam

E eu, enquanto estou a sonhar,
Julgo-me perdido, mas feliz,
A vaguear por infinitas rotas
Que em nada se cruzam

E se me atravessam a mente
(Ah, que as oiço perfeitamente!)
Como se fossem vozes lá em cima
A chamar por mim...

Eu não tenho uma rota definitiva.
Só preciso de vaguear...
Pode até ser absurda esta noção da realidade,
Mas eu prefiro ficar a sonhar

E a ver os meus sonhos à sombra
- Eles à sombra iluminam-se,
Enchem-se de esperança
E brilham sem luz.

Não me pareço com nada.
(E porque me falais daí de cima?)
Não oiço voz nenhuma.
Não há luz que me ilumine.

Só que escorrem lágrimas
À sombra de mim
E um lago de lágrimas flutua
Estas saudades...

Nunca me deram um remo ou uma nau,
Para que eu percorresse este lago,
Este lago, que nunca viu uma luz
Ou outra coisa a não ser sombra!

Álvaro Machado – 22:10 – 24-03-2013

Comentários

Mensagens populares deste blogue

todos no poema

Criação infindável

estrada do mundo