Noite de fé





Encobre-se na noite toda a verdade:
A sorte está entregue ao vento da saudade,
Perco os sentidos e deito pela janela fora
Tudo o que fui, outrora.

(Talvez a vida não tenha sido feita para mim...)
Escorrego, pelo chão, destroçado,
Até vir deus, que me tem abandonado,
À espera que chegue ao fim...

Sento-me no chão e oiço a morte ranger.
Sento-me horas a meditar o que não pude ser,
O que não consegui ser, e a chuva responde
Que um homem nunca se esconde

Nem em solidão histérica nem em mares profundos,
Mas eu, que sinto outros mundos,
Por que razão me abandonam
E a mim não se juntam?

Hoje a minha voz tem fé
E as minhas palavras têm Deus.
Se mais caminhos não encontrar,
Que haja fé para me orientar

Até que finalmente o juízo final
Chegue para me levar...
(Talvez ao partir a dor possa acabar,
Porque nenhuma encontrei igual...)

Álvaro Machado – 02:36 – 01-04-2013

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