Em silêncio com a alma





Estou longe e ninguém me ouve
Nem eu me consigo ouvir,
Que o destino saiba sempre
Onde vou antes de eu ir.

Não existo, não sou ninguém,
Nem eu mesmo consigo sentir-me alguém,
Se o fosse não estaria aqui a escrever
O que não consigo ser.

Perscrutar-se silêncio é consequência
De não-existência
E ninguém que exista pensa no silêncio,
Se o há realmente ou se há somente vazio...

Estar longe pode não representar distância.
Pode ser um avanço ou retorno no tempo,
Um regresso ao passado, um pulo ao futuro,
Ou, talvez, nem distância se possa representar.

Quem sente o silêncio, quem sabe que ele existe
A este mundo não pode pertencer,
E eu só dou pelo silêncio à noite
Quando ninguém me consegue reconhecer.

Álvaro Machado – 20:53 – 23-03-2013

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