Vozes inúteis




Não os conheço; não existem.
E, ainda assim, vozes encharcam-me
De os pensar, se os penso, com histórias
Inúteis tanto como quem as conta.

São a paisagem intemporal dos tempos derrotados,
As esperanças sem necessidade de as realizar,
Os sonhos fictícios de os achar realizáveis estupidamente!
Se sonho, também? Sonho e vivo de sonhos que vou sonhando!

Não os sonho só porque tive de adormecer e porque é bom
- Nem tudo o que sonho é enquanto estou a dormir, nem tudo quanto sonho
É enquanto fecho os olhos... -
Eu sonho-os sobre a adversidade real e amálgama da vida!

Não existem; não os conheço.
Se não existem são felizes e não pesam,
Não têm de escolher entre o bem e o mal
Ou ficar no meio a pender para um deles.

A vida é doer
Só ao viver
E enquanto os achar na inexistência
Não os quero conhecer!...

Álvaro Machado – 03:07 – 01-04-2013

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