Século fúnebre



Doze cantos, a começar do décimo segundo.

Da praia lusitana tantas vezes invocada
Eu caminho agora para o fim.
Foi a língua que se perdeu
E a pátria está naufragada
- Portugal hoje é assim.

Então hoje eu volto às origens
De erguer em meus cantos
Novos mestres para as novas viagens,
Novas Tágides para novos encantos,
Deuses para a crença não findar.

Doze cantos de solidão,
De amor, de tragédia e de sacrifício.
Heróis que inda crêem em el-rei D.Sebastião
Aparecem encostados ao ofício
Dos que inda matam por matar.

Louvado seja o senhor.
Em grande, louvemos.
Senão os imortais no tempo
Acercam-nos e, depois de impingirem a dor,
Nós morremos.

Ó canto meu, nada sei...
Portugal já não tem a praia lusitana no alto do luar
Nem a esfinge nos há-de voltar a cruzar.
Resta-me apenas o que criei
- Doze cantos sem os não pensar.

Álvaro Machado- 13:43 - 29-03-2014

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