Rompante
Quis o não no meu sim,
Encobri que a raiz é um facho obscuro
Parece luz sem ser luz.
Quis ter-me por vil
E achei que por único assim
Pertencia à noite de não pertencer.
Na fogueira vã da tristeza
Como se a força divina me chama-se
Eu aqueci as mãos por egoísmo
E deitei-me ao comprido dos versos
Numa intemporal passagem de sentimentos
Se eles existem, no entanto.
Nada, de ninguém, disse eu
Numa ténue conquista tida
Achava eu, nunca tendo conquistado.
Na sociedade tudo é distorcido,
Ruas, caminhos, sensações...
Porquê o ter tanto sentido
Em cada passo, em todas as acções?
Prefiro morrer distante e saber bem
O que fiz e o que sou, saber de pronto
Que a morte vem.
Prefiro ter a verdade e escrevê-la
Nunca esquecer tudo aquilo que eu sou
Sem saber perfeitamente nada.
Álvaro Machado – 00:15 – 27-02-2014
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