O meu confuso obstáculo
Nunca oiças o que te digo... Ah! Se eu te digo isto... Esquece o que te digo, Esquece que te disse isto! E porque te falo ainda falando? Porque te escrevo e porque estou a dizer? Ah! Se eu pudesse, eu próprio, viver! Que seria disto que estou demonstrando? Tanta coisa que me faz dizer estas coisas... Mas escrevo sobre nada - que é do coração. Este inerte isolado na multidão, Que sabe a múltiplas coisas! Não entendo ou pelo menos não me faço entender Aos que passam transeuntes nesta avenida, Invisível para todos menos para a minha vida De nobreza destacada até morrer... Tem um formato a jaspe baço de variadíssimos formatos. Tudo anda há sua volta num atónito caminho extravagante. Estou dentro de tudo aquilo... Envoltos rostos, Sobre a rocha fria deste meu pensamento alucinante... E volto a ti, que é de ti quem falo. Que te hei-de dizer? Nunca darás ouvidos ao que te digo, nunca irás perceber. Esquece toda a forma que te escrevo sem querer E ainda assim eu próprio estou a escrever... A...