Sensação derrotada
Tão longe é estar longe de algo.
No desassossego das direcções erradas
Escolher um caminho que nem é certo nem errado
É estar perto dos falhanços corporais
Dispersa-me a distância no meu interior
E descubro mil razões para o que não sou...
Escurece a névoa no meu pensar de não estar
Pensando o longe, o perto e o devagar...
Descobri que o que sinto é transeunte ao que é sentir...
Queimam-se as páginas flagelas da precoce infância infeliz
Já nada espero dos rostos apagados, das cinzas apagadas
Na nau que está a remar, e rema até deixar de existir...
E, já na flor da idade, ainda Rei de Portugal, aclamo patriotismo
Elevo os olhos à luz de um Deus guardião ao meu Destino
Começara a lacrimejar como um rude defensor do despotismo.
Estou vago, este coração está vago... Não espero nada,
Não espero ninguém neste dia triste.
Estou longe de viver, estou perto do limbo, do vago nada...
E, vago de mim próprio, continuo sentado esperando.
Tremem as mãos despojadas e cheias de amargura
Pela manhã há ventanias repletas de frescura
Mas não consigo mais resistir e aguentar
A espera demorada de algo esperar...
Álvaro Machado - 22:20 - 24-08-2012
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