Nuvem na cidade
Uma nuvem, instantânea, está sobre a cidade
Os peões passam transpirados do trabalho
E o calor fá-los percorrer um rápido atalho
Evitando toda aquela claridade
No café temas são discutidos inutilmente
Há guerrilhas ao balcão sobre a economia
Ninguém entende os especialistas e a sua tirania
Horas passam desinteressadamente...
Porém, ao fundo do corredor avisto um fumador
Todo aquele incenso percorre-me nas artérias
Fiquei ébrio e por momentos fui sonhador
E o café era um salão de alegrias...
O vago tornara-se um cadafalso.
Caminhava o carrasco eleito pelo senhor
Em passado curto e arqueado acusado de falso
Via tudo, pela primeira vez, na pele de espectador,
Esperando a hora final.
Álvaro Machado - 23:35 -22-08-2012
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