A minha lição de vida.
As lições que eu tomo da vida
São suposições - quando penso - e crenças,
Somente minhas, do que há do vasto universo!
Para mim isso é verdadeiramente a lição
Em que poucos, muito poucos, se debruçam
Enquanto seres humanos inertes.
Pelo meu coração escorregue quase tudo
Que tem um constante buscar além...
Olho a lua, olho as estrelas, e olho para a vida.
E paro: não vejo tão nítido como homens tudo isto, este
mundo!...
Não me revejo na insignificância do ouro e das terras
E, lamento dizer, não me revejo em nada do ser humano...
Revejo-me sim nas estrelas, no mundo que por mim espera!
Sozinho a conquistar novas sensações, explorar a vastidão
dos sistemas!
Quem sabe até outros deuses e outros homens não irei
encontrar?
É fabuloso deduzir tudo isto enquanto se esvai o fumo do
cachimbo pelo quarto...
E, depois de algum tempo, lá vêm os senhores da razão:
«Sem dinheiro e sem regras tu não consegues viver; larga as
crenças e os valores,
O dinheiro e o poder é que nos move!»
E, talvez, continuarão dizendo:
«Não podes viver na anarquia! Não podes ser um louco, se
crês no universo e na liberdade de pensar! Não podes ser mais do que nós, que é
impossível!»
Nesse mesmo momento voltei as costas à humanidade.
Nesse mesmo momento afastei-me de tudo e de todos,
refugiei-me na escuridão nefasta
E acerquei-me da poesia que me levará a uma autenticidade de
sonhos e de excessos.
(Precipitei-me, entretanto, para o púlpito)
Vocês sabem o que realmente são? Nem isso: dão-me pena! Uma
pena que vos despreza!
Banqueiros, homens bem falados e ambiciosos? Homens de boa
conduta e educados?
Que coisa tão grotesca dirão os deuses que nos vêem de lá de
cima!
O mundo, as nações, todo o universo, precisa de pessoas que
voem com a alma solenemente,
Que saiam da corrente que é a condição física e humana,
Que se soltem com um grande espírito de liberdade, puro!
E isso, tudo isso, só é conseguido com valores, com crenças,
com muita força de vontade.
Poucos (os que lerem isto) vão querer abdicar da sua riqueza
ou do seu estatuto
Para simplesmente partir em busca dos seus sonhos, até agora
irrealizáveis,
Mesmo que sejam feitos versos que ensinem a verdadeira
essência da vida!
Não: o louco é o poeta ou o homem que escreveu isto, não eles.
Não: o louco é o poeta ou o homem que escreveu isto, não eles.
Álvaro Machado - 23:12 –
23-07-2013
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