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A mostrar mensagens de fevereiro, 2013

Almagesto

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Sempre altas, além dos nossos olhos, Outras maneiras de estar na vida continuam... Sobre nós, superiores às circunstâncias, Brilham com um carinho eterno... Milhares de anos. Anos ao relento esquecido. O frio das galáxias distantes, a longevidade horizontal que nunca acaba. Uma gravidade, uma divagação por todo o universo! O frio causa da morte; a luz intensa oriunda da vida! E depois elas, sempre superiores a tudo, Sempre invejáveis como a imortalidade, Sempre únicas com novas cores, Sempre rainhas e damas da alta nobreza solar... Nós, sempre semelhantes à areia das praias, Vendo a vida perto do mar e da desgraça, Com um pé a caminho de naufrágio E uma alma perdida com a maré... São altas e intensas - todo esse universo estrelar e a poeira inerente a si. O símbolo de Deus, o sol, rei do império solar, avassalador a quem lhe aproximar, Mantém a distância entre todos os planetas. Poderoso, intocável... (Mas elas estão sempre mais al

Herói

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Em mim há um herói índole Encostado numa camilha A contemplar almas e rostos Estranhos ao mundo. Uma fonte divina escorre As dádivas de um outro ser; Érebo contempla como eu O brilho intenso da vida. Hemera é-nos a paisagem, O calor tão desejado a toda à hora, A luz reluzente tão saudosa! Hemera é-nos a intensidade falhada. E cada alma e rosto que tomo como vivo Caminha, acorrentado, ao ergástulo - Em cada passo, um suspiro de morte, Uma pequena noção de fim trágico. Há herói sentado, a contemplar. Um herói équo e imperturbável. Se lhe cai a vida, que é findável, Ninguém quer mais continuar…  Álvaro Machado – 23:28 – 26-02-2013

Aceno

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Não me dês os teus segredos, Porque eu só quero um momento - Um pequeno e sublime momento - Para que possa sentir-me vivo. O que eu peço é, como o sol matinal, Um dia cheio de vida, um aceno teu Para que possa eu continuar o percurso Sem que me voltes à memória! Porque, afinal, os segredos não contam Toda a história entre nós... Um segredo é só a janela de partida E o resto é ir a sós... Não dês a chave do teu coração. O que eu te peço é mais simples. E o estar a pedir-te é com tanta paixão Que basta um acenar teu p'ra partir! Álvaro Machado – 20:58 – 25-02-2013

Em inocência

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Estive mais inocente Que uma gaivota quando voa Quando senti tão intensamente A mágoa do precipício. E é aí que peco por ser inocente. Cair era o meu destino e era simples. Se eu caísse talvez fosse contente Com as más coisas... Em frente, haste erguida comigo ao leme: O destino agora é ir aguardando Até que, quando inocência findar, O meu corpo possa enterrar. Álvaro Machado – 19:34 – 24-02-2013