Herói




Em mim há um herói índole
Encostado numa camilha
A contemplar almas e rostos
Estranhos ao mundo.

Uma fonte divina escorre
As dádivas de um outro ser;
Érebo contempla como eu
O brilho intenso da vida.

Hemera é-nos a paisagem,
O calor tão desejado a toda à hora,
A luz reluzente tão saudosa!
Hemera é-nos a intensidade falhada.

E cada alma e rosto que tomo como vivo
Caminha, acorrentado, ao ergástulo
- Em cada passo, um suspiro de morte,
Uma pequena noção de fim trágico.

Há herói sentado, a contemplar.
Um herói équo e imperturbável.
Se lhe cai a vida, que é findável,
Ninguém quer mais continuar…

 Álvaro Machado – 23:28 – 26-02-2013



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