Pequeno cais
A ti, Álvaro de Campos
Eu também tenho um pequeno cais na minha cidade.
Seja ele muito mais pequeno do que o que tens sonhado,
Mas dá para lhe sentir o reflexo também.
Poucos barcos estão atracados e a ponte é curvada.
Seja ele muito menos luminoso do que o que tens sonhado,
Mas dá para lhe sentir algo de especial também.
Pode não ser melhor do que o teu, pode não o ser.
E pode ser menos do que o teu, porque sou eu a escrever.
Pode ser uma ode marítima menos contextualizada…
Ah, mas que nos interessa isso afinal de contas?
Eu passo perto do cais todas as noites e penso em ti
Eu passo perto do cais todas as noites e penso em ti
E nas razões para teres sonhado com este cais também…
Quem me garante que já não nos cruzamos nele?
Quem nos diz que já não navegamos nele?
Eu e tu, noutros tempos, noutros poetas.
Eu e tu, noutros tempos, noutros poetas.
Álvaro Machado – 21:56 – 04-02-2013
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