Quotidiano
É monótono ter quotidiano.
Ser todos os dias o mesmo.
Ter conversas sobre o mesmo
- Sempre: quotidiano.
Ser semelhante a si de segunda a segunda
E guardar rancor altivo de parecer ser.
O fato assente no mesmo corpo
E o que diverge são os tecidos,
Fora isso, sempre o mesmo sempre,
Sempre o mesmo olhar e o mesmo tom,
Sempre a mesma história e a mesma preocupação...
A monotonia e amada acção!
Não quero isto p'ra nada! Mereço mais.
Quero ir na rua e gritar e ser o grito dos meus sonhos.
Se o fizer talvez corra o risco de ser tido como um doido...
Mas, se o fizer, serei único.
A aragem deste vento deixa-me sem quotidiano, pela primeira
vez.
Aos dias e às horas sou diferente, sou irreconhecível...
O que construo num dia, destruo numa hora. E não sou igual ao
igual.
A aragem deste vento deixa-me só com as estrelas
Quando as olho dentro do meu campo de visão,
Que parece limitado e parece que me enche de ilusão.
Realmente elas estão longe, mas não intersecciono a sua distância...
Umas mais perto e mais reluzentes, outras mais frias...
Um raio que parta o quotidiano e a lei que trace o limite
para homem!
Sejamos quem não tem limite, em sonhos ou em acções!
Um raio que parta! Que se dane as etiquetas e as conversas
de café!
Andem às avessas, gritem como doidos, soltem o génio que há
em vós!
Álvaro Machado – 03:30 – 09-02-2013
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