Café d'ideias
Uma rapariga inocente ali defronte,
Lê uma revista desatenta, criam-se teias,
E a chuva dá-lhe alento no horizonte.
O conteúdo não tem perspectiva,
Folhas foram gastas.. em vão..
Firme, contudo, envergou um guião,
Tornando-se altiva.
Como esta há milhares,
Como os há vulgares,
E detestam o sabor da vida,
O não-ser que se finda.
Mas eu ainda no café, sem pensar,
Via figuras ao som do vento,
Todas elas, dispostas num juramento.
Sentia a chuva ali passar,
Fazendo o povo desertar,
N’um triste pressentimento!
E tudo caiu num tragédia clássica.
A cortina desmantelou o primeiro acto,
Ao som da peculiar música!
Se deu a tísica no manto.
Era indiferente o espaço, apesar de achar,
Ser um tanto estranho o lugar,
«C’est magnifique» disse-me o lacaio,
Tão impertinente! Calores de Maio,
Na cidade de Paris; que me vi sonhar…
Álvaro Machado - 15:30 - 18.04-2012
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