Suplico numa dor dolorosa


Suplico numa dor dolorosa, estranha, inultrapassável
Perco a voz que nunca tive para te dizer,
O quanto sofro! Fito destroçado sem conhecer,
Uma voz doce e amável!

Ó minha dor que não és minha,
Eras o sofrimento que continha!
Mãos que transpiram; coração destroçado;
É-me difícil. Sou-me ultrapassado.

Que vida.. É-me um passatempo doloroso,
Morro em exaltações, desfaço belos quadros,
D'uma arte sem igual. É-me tudo horroroso,
As vestes, as ligações, os funerais,
Que são costumes sem ideais!

Um poeta Chinês evidencia contrastes,
Lança à rua belos e aclamativos trajes,
Afoga ao longo da costa, no Rio Ganges,
A moda. Que é mundo de desastres!

No meio de tanta depravação,
Um, como outros tantos, rema ao mar,
Em ondas fortes perto de naufragar
Mas não desiste. É sua vocação,
Ser-se marinho de coração!

Espalha cedo a notícia que morreu,
Abandonou-nos. Choro sem igual
Superava a melodia d'Chacal,
E a província de Eliseu:
Suas ilhas; suas mansões
Não ia nas especulações.

Evaporou o corpo mas mantêm-se vivo
Alma de grandes feitos e mui coragem
Prestam-lhe orações - os da camaradagem,
Nas grandes viagens em que era fugitivo.

Ah! Dá-me náusea ouvir este tempo
Esta chuva a cair.. Esta humidade..
Suscita-me tal soturnidade;
E dá-se um contratempo.

Álvaro Machado - 16:02 - 12-04-2012

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