Há muito tempo atrás



Há muito tempo atrás, mesmo antes de ter nascido,
Um sol fulgente me atraiçoou. Causou-me arrepios,
Entre a névoa do buraco negro perdi o sentido!
E entristeci em lugares sombrios;

Não confiemos na arte do bem falar,
São seis da tarde e está tudo a desertar:
Esvai-se as moradias pela razão do costume
Só resta a destreza da figura peculiar,
Lutando numa praça pública ao lume,
E nunca.. Jamais, perto de vacilar!

Foram anos, agora são séculos, futuramente a eternidade!
Sofre-se numa iguaria Oriental, fuma-se num cachimbo mediático,
Padece o palácio com vista sobre o mar báltico,
N'uma miragem abismal amalgama em nebulosidade!

E cá estou para te contar esta minha farsa,
Desde que existo. Lembrar-te-ás do meu nome?
O rosto lívido que desprezas-te em Alcobaça?
Criatura «já não tens amor»; nem tão pouco fome!

Procuras-te - de forma irracional - fama e glória,
Derrota nunca quiseste. Apenas a vitória,
E aquando escrevi isto o belo céu
Mudou a expressão e ficou-lhe a saudade,
No ar. De resto resta este labéu!
Repleto de infelicidade!

Álvaro Machado - 18:58 - 09-04-2012

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