Anatomias estranhas
Pela face escarlate de anatomias estranhas Contemplava, estranhamente, algures no aduaneiro, Justificação para tantas façanhas! E em vão dei meu último suspiro Ela ria aquelas belas narrativas que lhe contava, Por não entender o sentido ela se desinteressava.... Enquanto isso, narrei novamente o nosso mar; Aí ela se pronunciara: «Fizeste-me pensar!» Paro e passo, embriagado, me relembrava. Nada daquilo existiu na forma que todos imaginamos O pôr-do-sol era um escuro desinteressante E toda aquela chama amorosa que sonhamos Não era senão repugnante. Nada que tu és, sou-o; este barco de vela está distante Afasta coração e razão. Não lembra nem a lembrar Ser-se assim tão repugnante, Mesmo se o não achar. Álvaro Machado - 19:57 - 31-05-2012