Vasta casa assombrada
Entrei na vasta casa assombrada
E via ao fundo do corredor
Entre a névoa da fechadura cerrada
Algum terror.
De súbito, imaginei, algum mal
Nas escadarias que ligavam ao pátio,
Escutei a melodia infernal!
Subterrânea mansão de lívidos esqueletos!
Marinheiros, militares, bispos; dispostos no obscuro átrio,
E um tanto de folhetos!
Estava só e abandonado,
Em choro que não transbordava,
E nunca relembrado,
Me recordava.
Velhos tempos que nós vivemos sentados a uma esquina qualquer!
Passeamos horas e horas rodeados num cheiro provocador
E de um momento para outro senti-me verdadeiro sonhador
Como outro qualquer!
Tu eras, pelas alfândegas de Lisboa, a paixoneta de todo marinheiro
Levantavas voo a águias, ilustravas tão bem a pesca!
Ó bela do meu infeliz rotineiro,
O teu ar me refresca!
E ainda estipula a ciência exactidões,
Mas não passam de falsas previsões.
Sabê-lo-ás… este azul não segue,
Falsas visões. Apenas se ergue,
Às certas tentações…
Álvaro Machado - 23:13 - 30-05-2012
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