Donzela


Ouve que eu não sei
Levanta-te e vem,
Comigo ao além.

Sente que eu não sinto,
Apenas me lembrei.
Deste interior... Meu Jacinto!

Vê-me. Esquece-me.
Nada mereço
Pela manhã desapareço,

E ainda me vêm cantar
Sílabas sem rimar
Só por ti!

Mas eu não ouvi!
Meu amor, minha tragédia,
Não sou senão comédia...

Tudo é nada, e eu sou-o
Lembra-te da tua voz firme
Quando lancei um riso irónico,
Tu troças-te da graceta:
«Eu rir-me?»
Dizias superior num tom supersónico!

Hoje a brisa acalmou...
Pois minha alma pronunciou,
O fim da sua vida corporal.
E o meu timbre vacilou:
«Adeus, triste informal,
Que foste tudo de mal!»

Álvaro Machado - 19-48 - 03-05-2012

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