Interior de vontades incertas


Neste interior não há senão vontades incertas,
Brisas que passam e arrepiam
Na escuridão do quarto prolongado.

E na queda do desespero julgo novas descobertas
Abre-se-me janelas e percorro os rios do Sado
Mas nunca sou relembrado.

Cheguei ao desespero da alma, ao suicídio do corpo,
Minhas vontades ja se não faziam,
Já se não sentiam...

Cafés desertados pelo dia santo; só a mulher feia, analfabeta,
Ainda alegra a romaria deserta.
Ela que é triste alegremente, faladora e jamais vai calar
Apenas por não saber interiorizar

Não raciocina aptidões! Nem tão pouco sabe o termo civilização!
Busca a egoísta mulher um prodígio amor impossível
Que dure para sempre no interior do seu coração
Mas ei-la! Semblante empolado e inacessível!

Ela não trabalha. Vive em suores alheios
Percorre naquele olhar visões e balbucia
Intrigas dos que passam e dos que vêm,
Quase alucinara no que via

Ela não morre. Erguera-se no jazigo
Nunca a vi... Mas sinto vê-la
Em território inimigo.
Mas nunca ver perdê-la.

Já finda... Partiu energia e vontade e querer
Construir casa, gerir um negócio.
Por não ter vontade de viver.
(Torna-me ócio)

Álvaro Machado - 15:17 - 27-05-2012

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